Freio curto da língua

Fala-se de freio curto da língua quando a mobilidade desta está limitada por estar “presa” ao pavimento da boca.
Nos bebés com dificuldades na amamentação cerca de 25% têm freio curto, resultando numa pega pouco eficaz com menor aporte de leite e dificuldade em aumentar peso.
O papel do freio curto nos problemas da fala é incerto, podendo causar problemas na articulação de alguns sons como “sss”, “t”, “d”, “s”, “n” e “l”, casos em que o corte do freio pode ajudar.
A restrição de movimentos da língua pode dificultar os beijos e a higiene periodontal causando desconforto na adolescência.
Esta é uma daquelas situações em que costumo dizer que “só empresto as mãos”. Embora o procedimento seja realizado por mim, na grande maioria das vezes a sua necessidade é sinalizada por outros profissionais: pediatras, enfermeiras, conselheiras de amamentação, terapeutas da fala e dentistas.
A experiência destes profissionais permite perceber quando o freio curto é a causa para os problemas (de amamentação, da fala, de higiene ou auto-imagem) que o bebé, criança ou adolescente apresentam.
Quando é necessário intervir é possível fazê-lo de duas formas:
- Numa fase precoce, em que o freio é uma membrana fina, realizando o corte apenas com anestesia local ou sem anestesia em ambiente de consultório.
- Nos casos em que a secção do freio é feita acima dos 6 meses, deve ser realizada no Bloco Operatório, sob sedação ou anestesia geral, pela necessidade de sutura e pelo risco de hemorragia.
Após o procedimento, o bebé pode ser amamentado logo a seguir mas caso tenha sido utilizada anestesia local deve evitar-se mama, biberon e chupetas durante cerca de meia hora.
Nas 24 horas seguintes deve oferecer-se leite ou alimentos líquidos ou moles, mornos ou frios.
Caso haja desconforto pode fazer-se medicação analgésica.